Parte 2: Mercado Literário e Editorial
A professora Ana Elisa Ribeiro falou o trabalho que desenvolve, na universidade, de resgate de escritoras esquecidas e na edição de escritoras mulheres.
A professora Lucineide Vieira iniciou sua fala com uma apresentação em cordel. Ela destacou seu ativismo e ideias que compartilha, num grupo coletivo literário, a escrita feminina no universo do cordel.
Parte 1: Feminismo e cânone
A professora Walnice Nogueira Galvão iniciou sua fala exaltando a coragem de Lígia Fagundes Telles em publicar o romance As Meninas, onde três mulheres são protagonistas, discutem política e fazem uma crítica ferrenha à ditadura militar; uma rara e perigosa forma de luta na época: colocar a ditadura militar dentro de um livro, ainda mais escrito e protagonizado por uma mulher.
A poeta e escritora Elem Lima Wassu, entre outros temas, falou sobre a noção de corpo e território no meio indígena; sobre a violação desse corpo, espírito e território, além de mencionar a marcha das mulheres indígenas como uma ferramenta de luta contra essa violação sistemática. Sua fala fez lembrar o antropocentrismo.
Uma breve explicação:
A obra literária se realiza através do seu suporte, o livro. Neste contexto, o gesto da criação literária se dá como parte de um conjunto de outras ações que perpassam pela autoria do texto literário, concepção de livro, edição e publicação, tendo como resultado a obra para a pessoa leitora. Nesse contexto, como esta cadeia produtiva se apresenta diante do cenário literário brasileiro nas perspectivas ecologia, livro-objeto e feminismo? O Seminário Travessias Literárias: do corpo que escreve ao corpo que lê pretende discutir e refletir sobre o livro no que se refere a criação literária, editoração e leituras, por três caminhos distintos: Ecologia, Livro-Objeto e Feminismo. Para tanto, o evento contará com três mesas: Ecossistemas, Percursos e Humanidades em que autores, editores, livreiros e pesquisadores serão convidados a partilharem as suas experiências e pesquisas em torno do cenário literário brasileiro da atualidade. Como bússola, os pressupostos teóricos acerca da Literatura e ecologia decolonial de Maria Mendes (2020) e Malcom Ferdinand (2022), o processo editorial de elaboração de um livro e suas etapas proposto por Roger Chartier (2014), o conceito de Tempo Espiralar proposto por Leda Maria Martins (2021) e de territorialidade proposto por Geovana Quinalha Oliveira (2019).
O projeto de leitura do livro Cartas para a minha mãe, da autora cubana Teresa Cárdenas, foi realizado nos anos finais do ensino fundamental pela Patrícia, que é Professora de Língua Portuguesa dos 8º anos na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Professor João Toledo, localizada em Cerquilho (SP).
A história tem como protagonista uma menina negra, que começa a escrever cartas para sua falecida mãe como uma forma de desabafo perante as dificuldades que sofre, como solidão e racismo.
O projeto foi realizado em sala de aula durante o mês de setembro e, após sua conclusão, foi feita uma roda de conversa com os alunos propondo reflexões sobre temas como discriminação racial, luto, abuso sexual, violência doméstica e problemas de relacionamento com a família.
Os alunos também assistiram a um vídeo com a autora da obra, Teresa Cárdenas, em que fala em uma entrevista sobre a importância da escrita feminina e da representação de mulheres negras na literatura, pois o motivo que fez com que começasse a escrever foi justamente a falta dela.
Foram feitos registros destes momentos por meio de fotos, atividades escritas e vídeos realizados com depoimentos de alguns dos alunos, sob orientação da professora.
Sinopse do livro:
Uma menina escreve cartas para sua mãe morta. Por meio delas ficamos sabendo que teve que ir morar com a tia e as primas, que não gostam dela. Não se cansam de lembrar que deveria fazer um esforço para disfarçar sua cor e ficar mais parecida com uma pessoa branca. Sua avó está sempre desgostosa, com ela e com a vida em geral. Mas a autora das cartas começa lentamente a descobrir um mundo além de seus problemas familiares. À medida que faz amigos — entre outros, um jovem que também tem problemas com a família e uma velha que é ao mesmo tempo jardineira e bruxa — suas feridas começam a cicatrizar. A menina fica cada vez mais forte, consegue ganhar o respeito dos outros e aprende a aceitar a si mesma e aos outros. Este é um romance emocionante sobre perdas irreparáveis e sobre o poder restaurador do amor e do autorrespeito. Ambientada em Cuba, a narrativa desafia nossas crenças sobre essa ilha que, afinal, conhecemos tão pouco.
Atividade dos alunos
Cadernos de nós: leituras de mundo sob a luz de obra de autoficção de Isabela Figueiredo.
O Rap é a fresta, é a posse da palavra e do espaço, é a agência de reexistência que permite a confluência de resistir e existir, que permite a própria retomada.
O Rap é a fresta, é a posse da palavra e do espaço, é a agência de reexistência que permite a confluência de resistir e existir, que permite a própria retomada.
O Rap é a fresta, é a posse da palavra e do espaço, é a agência de reexistência que permite a confluência de resistir e existir, que permite a própria retomada.
Este trabalho tem como objetivo analisar e amplificar a voz do rap feminino, a oralidade/oralitura produzida por mulheres negras e indígenas, a partir da música Retomada, de AfroJess, Katu Mirim e Marina Peralta. A parte deste produto relacionada à mulher indígena busca propagar a voz de artistas pertencentes a povos originários em geral, no que diz respeito à resistência e sobrevivência da cultura indígena. Essas mulheres existem, resistem, produzem, mas não são acessadas, e sua ancestralidade é espiraladamente apagada.
Este trabalho tem como objetivo analisar e amplificar a voz do rap feminino, a oralidade/oralitura produzida por mulheres negras e indígenas, a partir da música Retomada, de AfroJess, Katu Mirim e Marina Peralta. A parte deste produto relacionada à mulher indígena busca propagar a voz de artistas pertencentes a povos originários em geral, no que diz respeito à resistência e sobrevivência da cultura indígena. Essas mulheres existem, resistem, produzem, mas não são acessadas, e sua ancestralidade é espiraladamente apagada.